Uma pessoa (que eu prefiro não identificar) teve recentemente seu cartão do BANCO DO BRASIL clonado. O ladrão sacou R$1000,00 em dinheiro no caixa eletrônico e transferiu outros R$1000,00 para uma conta X.

O fato “estranho” é que para efetuar tal saque, a pessoa tem que conhecer aquelas senha-letrinhas que trocam de posição a cada saque.

Por causa disso, o BB está alegando que é impossível que o roubado tenha sido clonado, e já afirmaram que não haverá a devolução do dinheiro!!

Alguém tem algum conhecido que teve o mesmo problema (cartão clonado + saque do dinheiro no caixa do Banco do Brasil)? Eu já tinha visto transferências e pagamentos on line através de senhas hackeadas, mas essa modalidade é totalmente nova para mim!

Mas o que me deixou mais indignado é que a pessoa do banco falou “grosseiramente” que era IMPOSSÍVEL descobrir a senha de letras, a não ser que a pessoa contasse. O olhar dela dizia “saia daqui seus ladrões”!

Senha da Grow

Para quem já jogou “senha” (aquele jogo da Grow que você vai colocando os pininhos até acertar) sabe que se a pessoa filmar pelo menos 2 vezes a digitação da senha das letrinhas é possível adivinhar elas!

Pensando nisso, eu fiz rapidamente um programa que simula o momento de colocar as letras. Para quem não conhece como isso funciona, na hora de sacar o dinheiro você precisa de 2 senhas: a do cartão (que é a mesma de quando você faz pagamento em loja) e as 3 letras, que variam a cada saque,

As telas mostram a 1º letra que a pessoa apertou, depois a 2ª e depois o 3ª. No 2o conjunto de tabelas, ele mostra um 2º saque, novamente mostrando a 1ª letra que ele apertou, depois a 2ª e por fim a 3ª novamente. Por exemplo, se sua senha fosse “GLH”, bastaria você digitar assim:

Exemplo de senha

A ideia não é mostrar que esse tipo de senha é facilmente burlável, mas sim que NÃO É IMPOSSÍVEL BURLAR ELA!

[link para o jogo “Advinhe a senha de letrinhas“]

De qualquer jeito, a Dani Toste, do Blog jurídico SAPERE AUDE me passou 2 links sobre o assunto, onde a pessoa que foi roubada pediu a inversão do ônus da prova (ou seja, quem tem que provar que quem sacou o dinheiro foi o dono do cartão é o Banco) e acabou ganhando a causa.

3a. Turma do STJ reconhece ser ônus do banco provar que cliente o utilizou seu cartão quando este alega que não fez os saques

Jurisprudência no STJ

Fica aqui a sugestão: além daquelas dicas que todos já conhecem de não baixar arquivos, não clicar em executáveis, etc…, tenho mais essa: utilize o corpo para fechar a tela do caixa eletrônico. Assim se diminui a chance de descobrirem a senha!